Todos os personagens têm 18+ —————————————————————————————————————————- Empoleirado em sua casa na árvore, Lucas se entretinha com um dos muitos quadrinhos de sua coleção e ouvia as pombas do lado de fora. Ele havia sido expulso do porão por seu irmão gêmeo, Thiago, e um convidado nada bem-vindo; Wagner Silva, o antigo valentão de Thiago. O professor de ciências deles, Sr. Phipps, em toda sua sabedoria de anos de experiência, decidiu juntar os antigos rivais para um projeto. Lucas nunca entendeu como os professores podiam ser tão inteligentes e estúpidos ao mesmo tempo. Não havia como o homem não ter notado como Wagner tratava Thiago. Ser forçado a sair do porão provavelmente era a maneira de Thiago manter Lucas seguro. Wagner era conhecido por seu temperamento explosivo e socos ainda mais rápidos, e a possibilidade de Lucas se machucar era maior, considerando que ele recentemente havia se assumido como transgênero. Embora Thiago fosse protetor com seu irmão gêmeo, ele não tinha chance de vencer contra o valentão. Então, ficou decidido que Lucas ficaria o mais longe possível. Wagner tinha uma figura imponente, alto com uma estrutura magra e musculosa. Cabelos longos e negros emolduravam seu rosto, chamando atenção para uma série de piercings no lábio inferior, orelhas alargadas e um piercing na sobrancelha. O ar ao seu redor exalava uma angústia adolescente rebelde, acentuada pelos anéis que decoravam cada um de seus dedos e a corrente de prata em seu pescoço com um crucifixo invertido. Tatuagens baratas adornavam seus braços, retratando caveiras e cobras junto com outros desenhos grosseiros. Ele se vestia com jeans rasgados que pendiam frouxos em suas pernas, botas pesadas que retumbavam a cada passo e uma camiseta preta com o logo de uma banda difícil de ler. Completando o conjunto estava um colete jeans, um mosaico de patches de bandas e espinhos ameaçadores. Lucas sempre foi fascinado por Wagner. Enquanto a aparência exterior e rude chamava sua atenção, ele ficava impressionado com a intensidade em seus olhos. Olhos escuros que continham uma mistura de desafio e diversão, como se ele gostasse do desconforto que causava. Aqueles olhos lançavam um desafio a qualquer um que ousasse olhar para ele. Quando eles se olharam brevemente antes de Thiago mandar Lucas sair, ele sentiu um arrepio percorrer seu corpo; uma mistura de medo e fascinação. Wagner, no entanto, ignorou sua presença. Apesar de tudo que sabia sobre Wagner, ele era atraído por sua presença. Uma aura de poder o cercava, e Lucas não tinha medo de admitir que achava isso atraente. Parecia errado, considerando as circunstâncias. A culpa lutava com sua consciência, lembrando-o de que Wagner havia intimidado Thiago por anos. Lucas também se sentia atraído pela ressonância profunda da voz de Wagner. O som preenchia qualquer sala que ele entrasse, exigindo ser ouvido. Talvez fosse o apelo do proibido, a excitação de algo tão oposto à usual personalidade certinha de Lucas. Enquanto outros garotos na turma do último ano tentavam ser durões, nenhum deles tinha a intensidade bruta que Wagner possuía tão facilmente. A porta dos fundos bateu, e Lucas olhou pela janela para ver Wagner atravessando o quintal, com as mãos enfiadas nos bolsos. Wagner caminhou diretamente em direção à casa na árvore, tirando algo do bolso enquanto se aproximava. Lucas desviou o olhar e observou a entrada da casa na árvore, seu coração batendo forte no peito. A escada de corda gemeu enquanto Wagner subia. Lucas se empurrou contra a parede da casa na árvore, observando enquanto o topo da cabeça de Wagner aparecia. O garoto deixou cair algo no chão e subiu na casa na árvore, não notando que Lucas o observava até estar bem ao seu lado. “Ah, merda,” resmungou Wagner. Ele olhou para baixo pela escada e deu de ombros, entrando completamente na casa na árvore. “Tanto faz. Não diga nada e eu não vou quebrar sua cara.” Lucas olhou para Wagner, com os olhos arregalados, e balançou a cabeça. O saco de papel marrom amassado, jogado de lado casualmente, foi rapidamente recuperado e aberto com um ar de indiferença. O papel farfalhou enquanto Wagner o abria, revelando um saquinho plástico embrulhado de maconha. Mesmo de onde estava sentado, Lucas podia sentir o aroma pungente e terroso. Lembrava-lhe o cheiro de terra que cobria as raízes da árvore. Completamente fixado em tudo que Wagner estava fazendo, ele observou enquanto o adolescente tirava um cachimbo de vidro de dentro do colete e carregava cuidadosamente o fornilho. Ele então produziu um isqueiro do mesmo bolso, acendeu-o com um movimento praticado do polegar e o segurou contra o fornilho. Os olhos de Lucas se arregalaram enquanto Wagner dava uma longa tragada medida, segurando a fumaça por alguns segundos tensos antes de exalar. Longos tentáculos de fumaça se enrolavam e torciam de seus lábios e narinas como serpentes antes de se dissiparem no ar. Esse momento era algo completamente tabu para Lucas. Ele nunca tinha visto alguém fumar maconha antes. O cheiro não era agradável, mas, como o garoto que fumava, tinha um estranho, porém intrigante, apelo. No entanto, o que realmente capturou sua atenção foi a ação de Wagner fumando — a maneira como seus lábios envolviam o caule, a forma quase delicada como ele segurava o cachimbo, a maneira como seus olhos se fechavam enquanto ele inalava e a sutil separação de seus lábios enquanto exalava. Wagner se recostou após dar outra tragada. Seus olhos permaneceram fechados enquanto ele segurava a fumaça por mais alguns segundos antes de soltá-la. Lucas pensou que o garoto parecia quase régio, de uma maneira rude e bárbara. Como alguns dos personagens de seus quadrinhos, ele tinha uma realeza e poder que eram tanto intimidantes quanto atraentes. Os olhos de Wagner se abriram e ele viu Lucas olhando. “Que porra você tá olhando?” Piscando, Lucas afastou seu devaneio e disse rapidamente, “Nada.” Wagner, limpando a boca com as costas da mão, estreitou o olhar. Um olhar feroz penetrou em Lucas, uma avaliação silenciosa nas profundezas de seus olhos vermelhos. “Você é o irmão viado do Thiago.” Lucas imediatamente se endireitou.
e zombou. “Eu não sou viado.” “Você era uma garota, agora você é um cara, certo?” perguntou Wagner. “Parece comportamento de viado para mim.” Ele pegou o cachimbo e deu mais uma tragada. “Tanto faz, cara. Você faz o que quiser, eu acho.” Lucas olhou para ele com raiva. Isso foi um elogio ou um insulto? “Quer uma tragada?” Wagner estendeu o cachimbo para ele. Momentaneamente pego de surpresa, Lucas examinou o vidro transparente, com manchas vermelhas, pretas e brancas girando dentro como pequenas galáxias. No fornilho, pequenas brasas vermelhas brilhavam e morriam. Balançando a cabeça, Lucas murmurou, “N… Não. Obrigado.” Wagner deu de ombros e levou o cachimbo de volta aos lábios. Havia algo atraente na maneira como ele dava cada tragada. Lucas não conseguia identificar o que prendia sua atenção em Wagner, mas ele não conseguia tirar os olhos dele. Em um momento, ele jurou ter visto a ponta da língua de Wagner tocar suavemente a borda do cachimbo antes de seus lábios se fecharem ao redor dele. Isso fez um arrepio subir pela espinha de Lucas. Havia algo genuinamente erótico na maneira como Wagner fumava que fazia Lucas querer se aproximar para observar. “Se você não parar de me encarar,” ameaçou Wagner. Sua voz soava estranha e grossa, mas a ameaça era clara. “Desculpa!” Lucas respondeu rapidamente, seu rosto corando de vergonha. Ele baixou os olhos para o chão, mas não conseguia mantê-los lá. A imagem de Wagner fumando o cachimbo estava gravada em seu cérebro. Ele tinha que continuar olhando. No entanto, quando olhou para cima novamente, Wagner estava olhando diretamente para ele. Lucas não conseguiu evitar desviar o olhar, mas já era tarde demais. “Vem aqui,” ordenou Wagner. Quando Lucas hesitou, o adolescente acenou com a cabeça em direção à pilha de quadrinhos e então disse, “Pega um desses livros e traz sua bunda aqui.” Lucas olhou para seu quadrinho descartado, sem saber o que fazer. Os olhos de Wagner queimavam nele enquanto esperava ser obedecido. Respirando fundo, Lucas pegou o quadrinho e caminhou até Wagner. Ele estendeu o quadrinho enrolado para Wagner, apenas para o valentão segurar seu pulso e puxá-lo para sentar entre suas pernas. Lucas congelou. Suas costas pressionadas contra o peito de Wagner, e um braço envolveu sua cintura para mantê-lo no lugar. A essa proximidade, o cheiro de maconha se misturava com o que ele assumia ser o cheiro natural de Wagner. Cigarros, suor, maconha e um desodorante almiscarado se misturavam para formar um cheiro que era unicamente de Wagner. Um rubor profundo coloriu suas bochechas enquanto ele tentava se afastar. Wagner não o soltou, e Lucas não sabia o que mais fazer. Ele inclinou a cabeça para trás para olhar para o adolescente, mas Wagner não olhou de volta. Em vez disso, ele bateu no quadrinho com a mão que segurava o cachimbo. “Lê.” O pedido foi tão abrupto que Lucas congelou novamente. Ele olhou para o quadrinho, como se fosse encontrar a resposta para o comportamento estranho do valentão escrito no primeiro painel. Wagner se mexeu atrás dele, inclinando os dois contra a parede. A borda afiada de um cinto pressionava as costas de Lucas. Ele se ajustou no aperto do garoto para tentar aliviar a dor, mas não fez nenhum movimento para escapar. Sem saber o que mais fazer, Lucas virou para a primeira página do quadrinho e começou a ler. Esta era uma história que ele já tinha lido mil vezes, era uma de suas favoritas. Acontecia em um mundo de fantasia com bárbaros, ladrões e magia negra. Seus pais estavam nervosos em deixá-lo ler, pois a maioria dos personagens usava pouco mais do que tangas ou roupas que mostravam muita pele. “Quem é esse cara?” Wagner perguntou entre tragadas no cachimbo. Ele apontou para uma figura com rosto de lobo vestida com peles escuras lutando contra um mago maligno. “Esse é o rei bárbaro, Korgo, Filho das Planícies,” Lucas respondeu. “Ele foi amaldiçoado por uma bruxa para ter a cabeça de um lobo depois que seu pai matou o filho da bruxa. Então Korgo está em uma missão para encontrá-la e desfazer a maldição.” “Por que eles mataram o filho dela?” “Ele estava causando uma fome que deixava o povo das Planícies morrendo de fome, então o rei teve que fazer algo. O rei Torgil, pai de Korgo, estripou o cara e pendurou seu corpo como um espantalho para agradar os deuses das Planícies. Ele também fez os xamãs colocarem a alma do filho em um cristal e enviá-la para o Reino de Uravia para que os Guardiões do Tempo o impedissem de escapar.” Wagner tossiu com uma nuvem de fumaça. “Isso é muito louco.” “Você deveria ter visto a imagem do corpo dele!” Lucas disse, animado que alguém além dele estava interessado. Ele se afastou de Wagner e vasculhou a pilha de quadrinhos até encontrar o que estava procurando. Desta vez, não houve hesitação quando ele se sentou entre as pernas de Wagner e se recostou. Ele folheou as páginas até chegar à imagem do cadáver profanado de Rath, o Feiticeiro, preso a uma cruz como um espantalho. Sangue e vísceras pingavam de várias feridas em seu corpo, e seu rosto estava contorcido de agonia enquanto sua boca aberta gritava de dor. Corvos rasgavam os órgãos que saíam de sua barriga aberta enquanto guerreiros bárbaros olhavam com satisfação. “Caralho!” Wagner gritou enquanto arrancava o quadrinho das mãos de Lucas e o aproximava do rosto. “Isso é a coisa mais fodona que eu já vi na vida! Você gosta dessas coisas?” Ele olhou para Lucas com uma sobrancelha levantada. Lucas deu de ombros. “Sim. É minha história favorita. Ninguém na minha família gosta, no entanto. Meus pais não gostam da nudez e da violência, e o Travis só se interessa por anime.” “Bem, não é surpresa que seu irmão não goste de coisas legais como essa,” Wagner disse enquanto folheava as páginas do quadrinho. “Ele não saberia o que é legal nem se isso o socasse na cara.”
“Você acha legal?” Lucas perguntou ansiosamente, ignorando a provocação ao seu irmão gêmeo. Wagner assentiu e então devolveu o quadrinho para Lucas. Ele deu mais uma tragada no cachimbo antes de perceber que a erva tinha virado cinzas. “Droga…” ele gemeu, colocando o cachimbo de lado. “Muito preguiçoso para preparar mais. Continue lendo.” Lucas estava animado para voltar ao quadrinho, mas sua empolgação foi curta ao lembrar por que Wagner estava ali em primeiro lugar. “Você não precisa voltar a ajudar Tiago com o projeto?” Wagner revirou os olhos. “Eu não ligo para aquele maldito projeto. Tiago pode fazer isso sozinho. Quem é aquela?” Lucas olhou para onde Wagner apontava. O quadrinho que ele havia jogado de lado para encontrar o outro tinha se aberto em uma página aleatória, revelando a imagem de uma bela mulher com longos cabelos negros. Havia pouco espaço para a imaginação, já que a mulher estava vestida com um biquíni feito de um material fino e rosa. Cada peça mal cobria suas partes; seja seu peito voluptuoso ou seus quadris bem definidos, com um pequeno triângulo de tecido cobrindo suas partes íntimas. “Ah,” Lucas disse, pegando o quadrinho e segurando-o na frente dele. “Essa é a Princesa Shanti do Império Amazônico. Ela era uma assassina para seu pai, mas se cansou de sua tirania, então fugiu para a selva onde se tornou uma guerreira para a deusa da selva. Isso a levou a…” Sua explicação morreu quando algo pressionou suas costas. Uma protuberância firme pressionou contra ele exatamente onde ele sabia que estava a virilha de Wagner. A aula de saúde, e uma extensa pesquisa na internet, o haviam alertado sobre esse tipo de reação física nos homens, mas não o prepararam para ter a ereção de alguém atrás dele. Um calor se acumulou entre suas pernas enquanto ele processava o que estava acontecendo. Seu coração batia forte contra o peito, e seu estômago se contorcia em um nó. Parte dele queria fugir da situação, mas outra parte queria ver o que aconteceria a seguir. “Você quer beijar?” Wagner perguntou, de repente. O pescoço de Lucas quase se quebrou quando ele se virou para olhar para Wagner. Olhos vermelhos o encaravam com uma mistura vidrada de indiferença e fome. Pupilas sem vida dilataram quanto mais ele olhava para o garoto mais velho, e Lucas sentiu a protuberância atrás dele ficar mais dura. Um braço deslizou ao redor de sua cintura, os dedos roçando sob a bainha de sua camisa, levemente ao longo de sua barriga. “Você me chamou de viado mais cedo,” Lucas disse, tentando encontrar algo para dizer. Wagner assentiu. “Sim, eu chamei. Um viado reconhece outro, sabe?” “Você é o valentão do meu irmão!” Lucas argumentou, tentando se recuperar rapidamente da estranha revelação. Mesmo assim, ele se viu virando para montar no colo de Wagner. O desejo queimava em seu estômago, e ele queria muito passar as mãos pelo peito de Wagner. “Seu irmão é um idiota e um pervertido,” Wagner disse, com uma voz que parecia vir de dentro dele. Ele puxou Lucas para mais perto, aumentando sua excitação enquanto sua virilha pressionava contra a ereção de Wagner. “Ele merece o que recebe. Pergunte a algumas das garotas da escola e você vai entender. Mas eu não quero mais falar sobre ele.” Estava mais do que claro o que Wagner queria. Seus quadris se flexionaram para cima contra a virilha de Lucas, fazendo-o arfar. Um jorro agudo de prazer percorreu seu corpo enquanto eles se esfregavam juntos. “Ah, caramba,” Wagner gemeu, sua voz grossa de excitação. Ele abaixou a cabeça e beijou Lucas profundamente, forçando sua língua na boca ofegante do outro. Lucas gemeu suavemente enquanto seu corpo começava a formigar. Ele nunca tinha sido beijado antes e parecia que estava derretendo no calor da boca de Wagner. O metal frio dos piercings nos lábios de Wagner se misturava com o calor de sua boca surpreendentemente macia. Sua língua começou a explorar o interior da boca de Wagner, provando o fantasma do gosto amargo da fumaça de maconha que ainda persistia ali. Não demorou muito para que Lucas se encontrasse deitado de costas com Wagner em cima dele. A dureza de Wagner pressionava contra ele enquanto o beijo se intensificava. Eles gemiam um no outro enquanto seus corpos se moviam juntos em um ritmo que parecia quase primal. As mãos de Lucas se enredaram no cabelo longo de Wagner, puxando o garoto para mais perto enquanto ele se movia contra ele. O sangue corria por suas veias enquanto sensações desconhecidas percorriam seu corpo. Ele sentia como se estivesse em chamas e a única maneira de apagar as chamas era se perder em Wagner. Suas costas se arquearam quando sentiu as mãos ásperas do garoto mais velho deslizarem sob sua camisa, empurrando seu binder sobre seus seios. Palmas calejadas e dedos ásperos exploravam os montes macios, provocando a pele sensível e enviando uma onda de calor pelo corpo de Lucas. Ele mal reconheceu o som de sua própria voz enquanto ofegava por mais, enquanto Wagner circulava a pele sedosa de seus mamilos com os polegares. Lucas estava indefeso sob o valentão. Tudo o que ele podia fazer era se segurar enquanto Wagner explorava seu corpo, provando-o como se estivesse faminto. Ele se sentia como se estivesse sendo devorado, mesmo quando o outro garoto se afastava para beijar seu peito. Sem a ereção para se esfregar, Lucas só podia deitar e assistir enquanto os lábios de Wagner envolviam um de seus mamilos inchados. A visão lembrava a maneira como ele colocava o caule do cachimbo na boca. Dentes afiados mordiam a carne macia, arrancando um gemido profundo de Lucas. Ele sentiu seu corpo tremer enquanto Wagner mordia e chupava, deixando um rastro obsceno de hematomas para trás. Lucas sentiu seu corpo tensionar cada vez que Wagner mordia seu seio. A sensação era como nada que ele já havia sentido antes, e ele nunca queria que aquilo terminasse. Wagner de repente se afastou dele, deixando Lucas ofegante por ar. A dor latejava em seu peito após as atenções do outro garoto. Olhando para cima, ele percebeu que Wagner havia tirado o colete e a camisa, e agora estava trabalhando para desabotoar…
seu cinto. Um arrepio percorreu a mente de Lucas ao saber para onde isso estava indo. Ele mordeu o lábio enquanto admirava a visão dos músculos magros e uma trilha de pelos escuros que desapareciam em um par de boxers xadrez verde. Não o surpreendeu saber que Wagner tinha um mamilo perfurado, e tudo o que ele conseguia pensar era em envolver os dentes no piercing e dar ao valentão o mesmo tratamento que ele havia recebido. Wagner estava com os dedos no zíper quando um telefone vibrou dentro do bolso. Eles olharam para o bolso como se, ao encará-lo com força suficiente, fizessem a pessoa do outro lado desligar. Wagner parou e puxou o telefone com uma expressão de apreensão. Ele olhou para a tela por um momento antes de atender. “Alô? Não, eu– Escuta, pai, eu ainda estou– Não. Sim. Sim… Tá bom, entendi. Estarei aí em 15 minutos. Sim, eu sei. Tchau.” Wagner desligou e rapidamente vestiu suas roupas de volta. “Eu tenho que ir. Maldito velho estúpido. Não consegue fazer nada sem me incomodar.” Ele juntou suas roupas, maconha e cachimbo, e se dirigiu para a porta do alçapão da casa na árvore. Lucas ficou no chão, atordoado com a súbita reviravolta dos acontecimentos. Seu corpo ainda tremia da adrenalina e excitação que acabara de percorrer por ele. Ele queria agarrar Wagner e puxá-lo de volta, mas sabia que o garoto não reagiria bem a isso. Especialmente agora que parecia estar mais irritado do que quando entrou. Antes de desaparecer pela escada, Wagner olhou para Lucas e disse: “Eu não terminei com você. Estarei de volta amanhã. Vamos continuar de onde paramos.” Com isso, ele desapareceu pela escada e sumiu de vista. Lucas olhou para o alçapão por um momento antes de cair de costas e olhar para o teto. “O que diabos acabou de acontecer?” ele perguntou a si mesmo. Ele acabou de beijar o cara que vinha batendo em seu irmão por anos? Como diabos isso aconteceu? Olhando para o peito, ele examinou a trilha de chupões e marcas de mordida que haviam sido deixadas. Aquilo certamente parecia real. Também parecia real quando ele passou os dedos sobre a pele levantada. Wagner quase tirou suas calças também, e Lucas ia ficar de boa com isso?! Ele estava tão envolvido no momento que ia deixar esse idiota fazer o que quisesse com ele. A culpa deveria estar tomando conta, sabendo que ele quase traiu o Travis da pior maneira possível, mas, em vez disso, tudo o que ele conseguia pensar era em como queria fazer isso de novo. “Caramba,” ele murmurou para si mesmo enquanto descia a escada. Ele estava tão ferrado. Travis ficaria furioso se descobrisse isso. Puta merda, isso só o excitou mais. Lucas precisava tomar um banho ou fazer algo para clarear a mente. Ele precisava pensar. Ele precisava descobrir como sair dessa confusão. Mas ele não queria sair disso. Ele queria ficar exatamente onde estava e ter mais tempo com alguém tão quente e perigoso como Wagner. O que poderia ser melhor do que ter um segredo legal como esse? Ou, se Wagner ficasse mais sério, um namorado secreto quente e perigoso!